Permanecer
É deste chão com o mínimo
de cor que componho.
Nas asperezas da vida, sobre
o pó desfilei meus pensamentos.
Eu tenho aquela saudade soterrada
que o amor abrigou.
Virou outono, e se foi pela poeira fina.
Enfeitavam minhas lágrimas entristecidas.
Abandona-me logo choro sem verso.
Choro de outros carnavais.
Sei me aquecer durante o inverno.
Tenho chuvas dentro de mim regando-me.
Elas florescem os brotos da poesia, desprendendo-se sem chorar.
Há vivência nas palavras, há um versejar sobre a mesa.
Autoria: Luciana Bianchini