Postas entre o sagrado e o segredo,
retóricas de mente e coração
– este mais amor e aquela mais razão –
nos enredam em textos sem enredo.
 
O filósofo amarra na palavra
a tese do discurso racional;
para o poeta o amor é seminal
e nas imagens que peneira e lavra
 
vem o poema-prosa que tarde ou cedo
cumpre o sonho daquilo que apalavra.
Se montam e remontam seu brinquedo,
 
se tudo muda e segue sempre igual,
é porque os dois costuram esse medo
de andar por um caminho sem final.

(publicado originalmente em www.algoadizer.com.br edição 86 de novembro de 2014).
 
luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 10/07/2015
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