Nênia a John Keats
Podes repousar, ó vate, tranquilamente,
Sem que teu longo sono seja profanado
Pelo parecer, de malícia impregnado,
De algum Zoilo ignorante e inclemente.
Nenhuma língua ferina e maledicente
Insultará teu verso doce e delicado –
Pelo contrário, muito será do agrado
De Deus e dos anjos do Céu eternamente!
Negando-lhe até uma digna inscrição
Numa marmórea lápide, a Humanidade
Escreveu teu nome n’água com sua mão.
Mas vejo isto como uma dádiva, em verdade:
O mármore é fustigado pela erosão,
Enquanto a água ondula pela eternidade!