A Roda

Sei que já caminhei por este dia...

Vejo os mesmos tumultos, mesmo caos,

Aqueles velhos sonhos, mesmas naus

À deriva no mar da vã poesia.

As horas se repetem novamente,

Como o verão em cio sensual.

Até as direções do bem e mal

Vão pelos mesmos rumos, mesma mente.

Acordo no passado, outra vez...

Apenas um sorteio preguiçoso,

Que trás o mesmo número ocioso,

E o exibe na roda do talvez.

Sei que aqui já estive, e ficarei,

Pois sou um condenado a esta lei.