TRISTE RIO
Entre as margens da vida, eu sigo persistente;
em meu leito carrego as dores do passado
a pensar num futuro alegre e diferente,
querendo sempre ter amor de cada lado.
Muito cascalho e pedra encontro a minha frente,
ficando eu mui covarde e sempre desolado;
mas um doce cantar me faz bem sorridente,
pois não quero viver tristonho e abandonado..
E assim eu vou traçando as linhas do destino
onde prazermefalta e me sinto franzino.
Porém, sempre sorrindo, eu nunca me desvio,
pois sei que se teachar a amargura me invade:
tuas lágrimas são apenas falsidade,
vindo eu a ser de novoaqueletristerio.
(Soneto alexandrino)