VIOLETAMENTE
VIOLETAMENTE
Já se tinge de púrpura a ternura
Pondo em composição ciano e magenta...
Cores puras em luz ultraviolenta
Onde, ao fundo, um crepúsculo figura.
Cintilam os matizes da pintura,
Que morte-arte pós-moderna se intenta.
Triste azul à sanguínea pigmenta:
Violácea, nos meus olhos se mistura.
Luz! Ela pôde quanto pode o amor,
Encendida aura face ao olhar do poeta
Em pétalas da mais violenta cor.
Cor... Às janelas d’alma mais dileta,
Mas de hematomas roxos como a flor.
Luz, cor ou flor? Belíssima violeta...
Belo Horizonte - 21 04 2000