HOMEM SEM LEMBRANÇA...

Sou um homem agora sem lembrança

que carrego na mente uma membrana

um filete de saudade da alegria ufana

onde agora não há música, nem dança...

Progenitor, alastrei meu legado pra vida

minha efígie empalidecida, amarelou-se

os olhos rubros dos rebentos prostraram-se

em contradição velada como a fria lápida...

Perdidos, aos nevoeiros tossem toda fumaça

condensada pela virose que a mente esvoaça

e na falsa tranquilidade se torna mais estúpida...

Insípido e contrito, choro a minha irônica criação

elo da vida, descendência iludida em retaliação

cansado, sem brado, sem palavras, sem nada...