A Flor do Desejo
A Flor do Desejo
Jorge Linhaça
Quando se abre a flor do desejo
Tão orvalhada no ato febril
já não resiste à força dos beijos
Arde e queima de vontades mil
Vai-se pra longe o último pejo
E seu perfume se espalha, sutil
Já se entrega a todo ensejo
expande e contrai, num grande arrepio
Quando o beija- flor, dela se aproxima,
Para sorver o seu néctar latente
nas profundezas se sua essência
Sua existência enfim se ilumina
Polinizada, e então, finalmente
cumpre o papel de sua existência.