A ENGENHARIA DE UM POEMA

Quão difícil é atingirmos o âmago da poesia 
É como um pingo de azougue em sua palma 
Não é todo signo que toca do leitor a alma 
Somos tão incautos e iludidos pela euforia 

Às vezes mergulhados num léxico sem nexo 
E temos nosso ego afogado no conformismo
Presos em nossas entrelinhas de pessimismo
Não obtendo da poesia nem se quer o reflexo 

É como o lindo sol de verão que nos aquece 
É preciso despir-se para senti-lo por inteiro
É procurar o ar como alguém que desfalece

É render-se ao sentimento se for verdadeiro
Que seja alegria ou algo que nos entristece
Cada poema é da vida o suspiro derradeiro!


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Nota: A palavra signo neste poema, não refere-se aos signos do horóscopo astrológico e sim ao termo signo utilizado como o signo linguístico que é artificial, pois remonta uma relação arbitrária entre um significado e um significante, como descrito por Ferdinand de Saussure, em seu Curso de Linguística Geral. Saussure definiu o signo linguístico como o formativo da relação (sua formante) entre um conceito e uma imagem sonora.


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