Meu meio século de vida (ode aos meus cinquenta anos)
O meu batismo de fogo com certeza ocorreu
com vitórias e derrotas, entre defesas e ataques,
era previsto nos búzios e também nos almanaques,
de quem, aos cinqüenta anos, entende que não morreu.
Nesta viva empreitada, entre surdos e atabaques,
só vê quem tem um sentido e questiona se viveu,
por diferenciar na vida, o teu, o meu e o eu,
e optar pelo povo, contra cartolas e fraques.
Não sei se desci ao inferno, mas sei que subi ao céu,
confundi-me nas minúcias da realidade ou da imagem
e persegui circunstâncias, vagando de déu em déu...
Sei que encontrarei forças pra prosseguir na viagem...
Entre sarcasmo e angústia, bebendo no bar, ao léu,
doce musa, busco em ti o meu rito de passagem!
(03.01.2002)