Flores do inverno
Era inverno, nevava naquele dia
Nem transeuntes naquela alvacenta estrada
Só a neve cobria tudo, mais nada
Aquela alva paisagem interrompia.
E no algor da alta madrugada
Só vi que a luz do luar luzia
Sobre as alvas flores que ora pendiam
Das árvores àquela estrada aladas.
Mas que árvores! Tão nuas as que então eu via
E que flores! Tão alvas no esplendor do inverno
Flocos de algodão que a neve escondia.
Não divisei as flores. Só um alvor eterno
Eu vi. Porém não vi a neve que caia.
E aqueles flocos? Seriam flores do inverno?
(30.08.1969)