Língua Mater
Do latim vulgar o vernáculo brota
De Camões se escuta o choro do verbo
Língua de negros surrados no tronco
Língua de brancos amaldiçoando índios
Da pronúncia fácil á escrita culta
Da sintaxe vasta á ortografia complexa
Do ósculo transformado no beijo de quem ama
Do amplexo dado por quem considera
Da saudade, filha única da língua lusa
Da variedade de sotaques do Novo Mundo
Da língua clássica que diz: Tálamo, taciturno e epopéia
A língua rica que chora, quebranta e pranteia
A manga doce que sacia, o vestido sem manga que excita
Língua mater, do sonho luso ao Português verde-amarelo