Língua Mater

Do latim vulgar o vernáculo brota

De Camões se escuta o choro do verbo

Língua de negros surrados no tronco

Língua de brancos amaldiçoando índios

Da pronúncia fácil á escrita culta

Da sintaxe vasta á ortografia complexa

Do ósculo transformado no beijo de quem ama

Do amplexo dado por quem considera

Da saudade, filha única da língua lusa

Da variedade de sotaques do Novo Mundo

Da língua clássica que diz: Tálamo, taciturno e epopéia

A língua rica que chora, quebranta e pranteia

A manga doce que sacia, o vestido sem manga que excita

Língua mater, do sonho luso ao Português verde-amarelo

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 27/06/2015
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