Silêncio, meu doce anjo

"Silêncio!" Diz o anjo, que na noite vem dizer a regra do amor;

Então meus olhos sorriem de um desdém pelo homem,

Que somente a Paixão de Cristo pode dissolver -

Então sorvo um veneno, um cuja maior causa é a dor,

Que é sentida com total dissabor e os sonhos somem,

Revelando a morte de tudo o que se vê...

Essa morte é presa à palavra, que descreve o mundo,

Mas ver a paisagem me deixa mudo num mundo imundo,

Então sofro com a nostalgia da ignorância plena

E me confundo na embriaguez de ter pena da pena...

Fico mudo e o meu calar inunda-me de lágrimas,

Mas quanto custa a vida de um poeta,

Se o Divino enlouquece o humano esteta,

Mas o sofrimento do calado poeta vem deixar palavras...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 24/06/2015
Reeditado em 27/06/2015
Código do texto: T5288712
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.