Silêncio, meu doce anjo
"Silêncio!" Diz o anjo, que na noite vem dizer a regra do amor;
Então meus olhos sorriem de um desdém pelo homem,
Que somente a Paixão de Cristo pode dissolver -
Então sorvo um veneno, um cuja maior causa é a dor,
Que é sentida com total dissabor e os sonhos somem,
Revelando a morte de tudo o que se vê...
Essa morte é presa à palavra, que descreve o mundo,
Mas ver a paisagem me deixa mudo num mundo imundo,
Então sofro com a nostalgia da ignorância plena
E me confundo na embriaguez de ter pena da pena...
Fico mudo e o meu calar inunda-me de lágrimas,
Mas quanto custa a vida de um poeta,
Se o Divino enlouquece o humano esteta,
Mas o sofrimento do calado poeta vem deixar palavras...