VESTES DA NOITE II

Antes anos de loucuras e prazeres alaridos
Agora cores da noite sobre o teu infeliz peito
Olhos que te julgam com pensares reprimidos
Ainda que a riqueza repouse em teu frio leito
 
Que o destino tenha lhe provido alguns frutos
Para quando a natureza ordenar o teu fim
Hoje se vangloria de tua beleza e atributos
Nos últimos badalos saberás o que há de vim
 
Quantas pragas inexoráveis ainda pronunciará?
Tua boca maldita exala um fel-veneno mortal
Mas um dia o coração não mais bombeará
 
Muitas reflexões diacrônicas no suspiro final
Arrependimentos e tristeza irão te perturbar
Até tua alma deixar o espectro para o funeral