Plenilunium

I

Que fulgente figura a iluminar,

Do Palácio superno, todos nós!

Que Deusa misteriosa, no além-ar...,

A nos lembrar que não estamos sós!

Sua Luz singra nas ondas do mar

Enquanto de seu Trono, bem após

Toda a Amplidão, lá está ela a brilhar...,

A cintilar mais que o maior dos Sóis!...

Quanto mistério oculta-se na Esfinge

Dos Céus,... No fulgor que a todos atinge,...

Na alvura de Hóstia sempre a abençoar?...

... Pois em minha Hora astral, Hora final,

Revela-me esse Enigma! Abre o Portal!

... Luz do Céu, Tu serás meu novo lar!

II

Noctâmbula, tão nítida figura...,

Que toda a celestial Graça resume!

A mais alva das alvas, a mais pura

Flor, de Único, Ideal, raro Perfume...

Quantos olhares ela assim captura

Ao reluzir de seu Etéreo Lume!

Que Brilho especial nasce na Altura...

Que Brilho de cetim à Noite assume...

Sei que ao brilhar de sua infinda Luz,

Uma terna Canção soa e seduz

Na funda Esfera em que os Astros estão...

Sei que ao dormir no além, vou escutar

O mais belo dos cantos de ninar...

Canto que canta a Auréola da Amplidão!