Desespero
Sou como um rei maldito na raiz morto
Abastado mas infeliz e um tanto absorto
Desprezado por Hera a iníqua cortesã
Entre seus lacaios numa febre terçã.
Nada pode mais me acontecer nesta era
Vivo a morrer em face ao cão da fera
Da protegida estrofe torpe e irreverente
No centro deste mal do poeta doente.
Na sepultura se transformou em feito
No negro coração do príncipe desfeito
Não sabem da veste exótica a resistir.
Este mórbido esqueleto enfim a colorir
O caixão de ouro lhe consome e arrefece
Para extirpar o mal da aura que apodrece.
DR FLYNN