Desespero

Sou como um rei maldito na raiz morto

Abastado mas infeliz e um tanto absorto

Desprezado por Hera a iníqua cortesã

Entre seus lacaios numa febre terçã.

Nada pode mais me acontecer nesta era

Vivo a morrer em face ao cão da fera

Da protegida estrofe torpe e irreverente

No centro deste mal do poeta doente.

Na sepultura se transformou em feito

No negro coração do príncipe desfeito

Não sabem da veste exótica a resistir.

Este mórbido esqueleto enfim a colorir

O caixão de ouro lhe consome e arrefece

Para extirpar o mal da aura que apodrece.

DR FLYNN

Dr Flynn
Enviado por Dr Flynn em 15/06/2007
Código do texto: T528464