O AMOR E O ÓDIO
Pedes-me para te esquecer de vez,
Embora já recuso-me a perder-te,
Pois vejo que perdeste a sensatez
De nunca mais poder voltar a ver-te.
Amarga estás, na máxima acidez,
Pois não queres jamais que volte a ter-te,
Já que perdeste a própria lucidez,
Por isso é mais difícil de entender-te!
Resta-me só um fio de esperança,
E é nele que me agarro o tempo todo,
Já que não posso mergulhar no lodo
De uma desconfortável segurança,
Que mais não é do que uma mera forma
De amor que em ódio puro se transforma.
Ângelo Augusto