NOSTALGIA
O mundo põe-me tanto alegre como triste,
Que triste já estou de alegre vir a estar,
Mas não posso ficar alegre na vulgar
Nostalgia que em mim eternamente existe.
Pois carrego a alegria expressa em meu olhar,
Para assim disfarçar a tristeza que assiste
Os pensamentos meus de forma peculiar,
Na solidão que então ainda em mim resiste.
Sinto-me assim sozinho e carente de amor,
Que até de alguma pena aceito ter de mim,
Pois não quero viver assim sem o sabor
Da vida desde o início até ao próprio fim,
Já que seria mais ruim a minha dor
De mendigar o amor cruel de um mundo assim.
Ângelo Augusto