TARDES DE DOMINGO
Odir Milanez
O velho, da janela, a morte espreita.
Na tela da tevê começa um bingo.
A mãe aleita o filho choramingo.
Um carro apita e atrita a rua estreita.
A moça passa ruge e o rosto enfeita,
rosando o colo em cores de flamingo.
Um mascate maquia a voz de gringo.
O rapaz de um remédio olha a receita.
O gordo engolfa a cama em que se deita.
Lesando um lado, o outro desajeita.
Da velha o banho. E dágua nem um pingo!
Um tenor da traição canta a suspeita
O homem só, do sono se aproveita
para esquecer das tardes de domingo...
JPessoa/PB
18.06.2015
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos à vida...
odirmilanez.blogspot.com
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