Voyeur
Voyeur
(Soneto)
Sim! Admito! Debruço-me no muro,
Para à socapa ver tua beleza,
Que é tão superior à de uma alteza.
Sim, é por ti que nele me penduro!
Efígie esbelta, pérola defesa
Para um plebeu errante, homem impuro
Que quando não te vê seu dia é escuro!
Que mais queres que diga chama acesa?
Meus olhos apanhados hoje foram,
Quando te contemplavam encantados
E sem misericórdia os confiscaste.
Irás cegá-los tu porque te adoram,
Ou vais deixá-los soltos e alegrados
Mostrando que também deles gostaste?
André Rodrigues 16/6/2015