CONFISSÕES

CONFISSÕES

Às vezes, sozinho, eu penso em voz alta,

Falando comigo mesmo sobre tudo.

Jamais considerei fazer-me mudo

Por julgarem-me a mente louca, incauta...

E quando, em solidão, eu sinto falta

D’alguém que se interesse se me iludo,

Eu me abro o coração, enfim desnudo

Onde um solo de oboé ou doce flauta.

Na escuridão da noite, enmimesmado,

Algum consolo a mim tenho encontrado

Face às contradições de cada dia.

Pois, mesmo que me julguem n’outros termos,

Cuido que eu me falar em locais ermos

Torna mais leve quanto me angustia.

Betim - 23 02 2015