JÁ MORRI!

As páginas em branco fizeram o festim

Do homem que vivia a fazer versos.

Ele ficou ereto sobre a vida de reversos.

E escreveu emoldurando o seu fim.

Ele queria fazer a poesia em mim.

Que sentia frio, e febre na soleira.

De uma porta que jazia a beira...

De uma casa sem vidas sim...

Ele era apenas um fantasma...

Que esperava pela hora de viver.

Ele queria continuar sua história...

Ele queria escrever para mim!

E quando sacou a pena...

Eu o adverti: Não! Já morri.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 16/06/2015
Código do texto: T5278992
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