ANTÁRCTICO
ANTÁRCTICO
As geleiras de antiga e alva existência
Testemunham-me as noites desoladas.
Após dias infindos, lindos nadas,
Contemplados por mim com insistência.
Oxalá eu dormisse! Ou não: consciência
Eu tenha dos desastres nas jornadas
Através das planícies congeladas
Rumo a pontos de insólita experiência.
Temo pelo que tenho então passado:
Sim, ira e autopiedade ultraviolentas,
Vivendo sempre às voltas com tormentas.
Enquanto a expedição segue o seu fado,
À noite mais escura e horas mais lentas,
Quedar, literalmente, transtornado!
Betim - 09 09 2008