há quem passe sem alarde pela vida [soneto]

há quem passe sem alarde pela vida

há quem sofra ou de tédio ou de paixão

há quem morra muito cedo de exaustão

há quem dure até cem anos sem tolhida

há quem siga pelo mundo a cavalgar

as quimeras que povoam nossas mentes

— seres mágicos, dragões místicos, serpentes —

quer na terra quer no céu quer no mar

há ainda quem caminhe sem destino

há contudo quem se perca em si mesmo

há quem note na essência um desatino

há quem veja na existência um problema

há quem busque solução no suicídio

há quem rime tudo isso num poema

(São Paulo, abril de 2014)

Genésio dos Santos
Enviado por Genésio dos Santos em 15/06/2015
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