há quem passe sem alarde pela vida [soneto]
há quem passe sem alarde pela vida
há quem sofra ou de tédio ou de paixão
há quem morra muito cedo de exaustão
há quem dure até cem anos sem tolhida
há quem siga pelo mundo a cavalgar
as quimeras que povoam nossas mentes
— seres mágicos, dragões místicos, serpentes —
quer na terra quer no céu quer no mar
há ainda quem caminhe sem destino
há contudo quem se perca em si mesmo
há quem note na essência um desatino
há quem veja na existência um problema
há quem busque solução no suicídio
há quem rime tudo isso num poema
(São Paulo, abril de 2014)