COMO PODE UM POETA SER FINGIDOR?

Às vezes converso, canto, sem fingir dor,

Quando realmente a estou sentindo.

Quanto ao que escrevo... não estou mentindo.

Como pode o poeta ser um fingidor?

Deixar falar o coração – soltar o verbo, a voz!

Opostos aspectos; paradoxais complementos:

A criação, a representação... os momentos

De insensatez e razão, sentimos sim - nós!

E assim vivemos amando, ferindo, fingindo...

Relevando e revelando sentimentos – errando!

Em face a mares revoltosos, procelosos... de sal.

“Navegar é preciso.” Assim atingiremos o outro lado.

E alcançaremos o Tejo; e dançaremos um fado...

E seremos verdadeiros! Aqui ou em Portugal.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 15/06/2007
Código do texto: T527590