COMO PODE UM POETA SER FINGIDOR?
Às vezes converso, canto, sem fingir dor,
Quando realmente a estou sentindo.
Quanto ao que escrevo... não estou mentindo.
Como pode o poeta ser um fingidor?
Deixar falar o coração – soltar o verbo, a voz!
Opostos aspectos; paradoxais complementos:
A criação, a representação... os momentos
De insensatez e razão, sentimos sim - nós!
E assim vivemos amando, ferindo, fingindo...
Relevando e revelando sentimentos – errando!
Em face a mares revoltosos, procelosos... de sal.
“Navegar é preciso.” Assim atingiremos o outro lado.
E alcançaremos o Tejo; e dançaremos um fado...
E seremos verdadeiros! Aqui ou em Portugal.