AMANTÍSSIMA

AMANTÍSSIMA

Se as Graças concorreram com tal arte

A fazer-te a mais doce das mulheres,

Que razão — ou loucura, como queres —

Hão-de me censurar por mais amar-te?

Quando a felicidade se comparte,

Compreendo sempre estar onde estiveres.

Contigo conheci tão-só prazeres

Mais do que encontrarei em qualquer parte.

Se há flores, alegria e claridade,

Dá-me de teus olhos, por caridade,

Outra mirada d’essas que me hás posto!

E me aconteceu d’eu ver-te a verdade...

Toma-me com carinho, por suposto,

Que em tua companhia sou com gosto.

Belo Horizonte – 20 12 2005