FUGA
Compulsiva solidão repleta de fantasmas
Antigos companheiros de cama e mesa
Fluindo etéreos como se tivessem asas
Permeando passagens reflexas na vela acesa.
Escudo-me nas lembranças, fujo do presente
Busco afazeres longe, cortinas sobrepostas
Evitando assim indagar-me frente a frente
Na vã ilusão que não conheço as respostas.
Mil vidas eu tive, por elas passei em branco,
Sem perceber as sementes , inconseqüente,
Cobra-me hoje o tempo, cresceu o cancro...
No tribunal de mim mesmo, silente,
Buscando nos erros uma luz entre o pranto
Para redimir-me e não errar novamente...