O amor

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Em mim, em você, em cada um de nós...

Em existindo escopo de vida, ele se mostrará.

Com fervor, calor, fonte que se nos dói,

é o pingo do fogo que arde no imenso mar.

Mar de amores, de dores e de sensíveis lágrimas.

Lágrimas de felicidade temperadas pelo tato.

Tato que, ao singelo toque, ao abrir das cortinas,

revela a nudez da vida a dois, após cada ato.

Ah, o que é o amor além da nossa ilusão dividida;

um sentir que a sua é a minha e a minha a sua vida?

Sem esse elo sutil da razão insana das nossas mentes

seremos máquinas desumanas, frívolas, indecentes...

E a vida, que sem razão de ser, ser-nos-á esquecida,

será apenas vivida sem o sopro do amor, sua bebida.

Crato, 31 de outubro de 2006.

09h40min

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Do meu livro 'Anversos de um versador'