O ARREPENDIMENTO
No início tudo foi um mar de encantamento,
Pois dizias amar-me apaixonadamente,
E eu, burro, acreditei no amor do teu contento,
Já que em pura paixão eu estava doente!
Fui caindo no teu sabor a bom momento,
De palavras que tu me enganavas, de gente
Que diz o que não sente, em que apenas, no vento
Elas foram voando assim tão simplesmente.
Que duro amor! De um mal que já me feito está,
E agora eu solitário e triste, em versos canto
A tua boca falsa, escura, seca e má;
Pois sei que não sou nunca um homem feito um santo,
Porém, a vida é assim, um negro inferno, já
Que estou arrependido em ter-te amado tanto!
Ângelo Augusto