A ROGO
A ROGO
Escreve junto ao que hei agora escrito
Àqueles que me pedem testemunho.
Confirma no papel marca que cunho,
Pretendendo, por fim, algo haver dito.
Para os devidos fins, dívidas quito:
Eis todo o meu pesar se me acabrunho.
Porém, declara escrito em próprio punho
D'um meu espólio inédito e inaudito.
Cuida que deixo a ti o ônus da prova
De que o havido nas rimas tem valor,
Deixando-lhes ao ler uma aura nova.
Seja a fidúcia mais do que um favor
Ou antes ouros de tolo que se trova.
Sê de minha poesia o seu tutor.
Betim – 04 06 2001