ÀQUELA
ÀQUELA
Eu olho seus olhos: como veem, eu vejo.
Vendo, entendo o que com olhos se deseja:
Não importa sequer quem ela seja,
Sim o brilho em seus olhos de desejo.
Ela olha meus olhos: n'eles eu desejo
O que deseja tanto que eu veja...
Um observador, onde quer que esteja,
Quer tão-somente olhar e ver sem pejo.
É bela de se ver, haja o que houver:
Não mais que estar e não menos que ser
Verbaliza ao infinito ainda assim.
Haja vista no olhar eu possa ver
A mim comigo e a si consigo, por fim,
O coração dos outros dentro em mim.
Belo Horizonte - 18 10 2005