NAUS DE PEDRAS

Naus de pedras ancoram súbitas

pelos portos anis da solidão,

enfunam-se velas sob um vento morno

sargaços se estendem pelo chão.

Uns lábios turvos se escondem ternos

no vasto corpo nu da escuridão,

a tênue luz de um farol distante

Perde-se distante sobre a imensidão.

Sobre dorso do tempo inconstante

surge a negra boca de um trovão.

Noite fria, poças d´águas sujas

o ar repleto de uma acre aflição,

naus de pedras ancoram súbitas

pelos portos anis da solidão.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 03/06/2015
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