NAUS DE PEDRAS
Naus de pedras ancoram súbitas
pelos portos anis da solidão,
enfunam-se velas sob um vento morno
sargaços se estendem pelo chão.
Uns lábios turvos se escondem ternos
no vasto corpo nu da escuridão,
a tênue luz de um farol distante
Perde-se distante sobre a imensidão.
Sobre dorso do tempo inconstante
surge a negra boca de um trovão.
Noite fria, poças d´águas sujas
o ar repleto de uma acre aflição,
naus de pedras ancoram súbitas
pelos portos anis da solidão.