A Busca
Navego pela sorte que há no peito,
Por águas caudalosas, e até mansas,
Por visões de futuro e de lembranças,
Até poder lhe ver naquele estreito.
Se escondes nesta ilha calma e chata,
Como o sujeito oculto desta frase.
Inibe a voz e esconde nossa crase,
Faz-me um ser em eterna concordata.
Tão longe é o seu quintal, as suas flores,
Que é preciso voltar assim depressa,
Antes que vire o dia uma promessa
De poder ser bem mais além que dores.
E assim sigo buscando minha poesia,
Qual lobo a farejar sua nobre cria.