VÉRTICE DA SOLIDÃO
soneto
Tu foste embora, em pleno estio
E em sede me deixaste no deserto
Secou a fonte, e tudo é tão alheio...
À noite é vaga e tudo é tão incerto.
O luar é tão presente a me ofuscar
Em seu clarão me vejo em silhueta
Na lânguida solidão, só, a chorar
De que serve olhar essa ampulheta?
Em lampejos vejo a luz do teu olhar
E relembro nossas noites de luar,
Meu olhar fixo naquela maçaneta...
Você adentrava esguio garbo ria
Não era sonho, tu me fazias flutuar...
Nos entremeios tu me eras calmaria.
JUNHO/2015
Margareth D.S.Leite