MALABARES

MALABARES

Bolas, argolas, claves, fogos, diábolos...

Vindo e indo, d’uma mão à outra, pelo ar.

Têm me mesmerizado só de olhar,

Como o êxtase dos santos nos retábulos.

Se a memória carece de vocábulos,

A poesia haverá-de me encontrar

Cada palavra e, exacto, o seu lugar,

Pois necessita o espírito de pábulos.

Dito e feito: Eis o ritmo, o metro e a rima,

Tendo-me por geral matéria-prima

Malabares que orbitam feito eléctrons!

Senão, que se mergulhe ‘inda mais fundo,

A vislumbrar até no mar profundo

Mais que a vida dos plânctons ou dos séctons...

Betim – 02 06 2015