NOITE ESCURA...
Passava eu na vida nômade e vago
feito marujo perdido em noite escura,
porém tu te alças-te forasteira e pura
como garça iluminada em calmo lago...
Osculava a onda, num suspiro mago,
das tenras plumas a luzente alvura,
e a voz sagrada de perpétua doçura
tangia as nuvens em opimo afago...
Olhei-te... e, no fogo ímpeto e profundo
aos teus pés imergi minha senilidade
revivi minha mocidade em todo teu mundo...
Porém, pela manhã evadiu-se sem cumplicidade
agora te suplico desse amor imenso e profundo
um intento, uma culpa, uma saudade...