OURO D’ALUVIÃO
OURO D’ALUVIÃO
Ando à cata de versos na faisqueira
E meu mundéu inundo de vocábulos.
Se áurea a palavra, em êxtase, retábulos
Dourarão o altar com luz verdadeira.
Desliza, onde ravina a cordilheira,
O desaterro cujos veios, qual pábulos,
São drenados para estes vãos estábulos
De pedras na faina garimpeira.
Tomo a pena e, ademais, meus apetrechos
A crer pepitas por entre esses trechos,
Enquanto rio e poema meandram curvas.
Difícil precisar, tal o tesouro...
Ao batear ideias pelas águas turvas,
Escorrendo, o que vir brilhar é ouro!
Betim – 11 11 2005