AMOR IMATURO

 

Sob juras contemplei um terno amor

e acomodei no peito comovida

uma emoção ardente e decidida

a creditar em nós o mesmo ardor.

 

Porém restou somente a triste dor,

por cada frase dita irrefletida,

cravando espinhos na alma reprimida,

como punhal, ferindo-a com furor.

 

Mas fiz do desencanto o meu degrau

e da esperança a luz da nova nau,

para singrar nos mares do futuro.

 

Agora me permito florescer...

esqueço desse amor que fez sofrer

meu coração, atônito e imaturo!

 

(Interação ao belíssimo SONETO DO AMOR MORRENDO, de PUETALÓIDE)

 

 

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SONETO DO AMOR MORRENDO

(PUETALÓIDE)

 

Sepulta esse amor q'eu um dia jurei.

Que enamorado, à emoção, eu disse.

Como se tudo em mim existisse

Ou fosse verdade o q'eu proclamei.

 

Perdoa Querida... Eu me enganei!

Tudo não passou de invencionice,

De tola ilusão... De mera tolice,

O que, entre versos, a ti declamei.

 

Não deixes por nada seguir existindo

O que para nós desde antes é findo,

Ou nunca, jamais, existiu de verdade

 

E se algo existe, deixa ir morrendo,

Gradativamente... Desaparecendo,

E desaparecendo, sem deixar saudade!

 

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 01/06/2015
Reeditado em 27/08/2024
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