ENTRE AVÓ E NETO


Essas duas mãos trêmulas e macias
Que no ontem foram bem calejadas
Estão postas, leve, na tua sabedoria
Apoiando sua face de lutas passadas.

Depositadas suave assim, tu ver-me
Com teu olhar de um afago celestial,
Cingindo com tua ternura a reger-me
Sinto-me amado em seu ar maternal.

Nessa permuta de olhares o tempo para,
Mas em mim... o tempo esta a percorrer
As lembranças cultivadas em pura seara.

Assim, vales de amor brotam no meu ser,
Pois foi regada em tua água limpa e clara,
Ungido por amor de avó, meu bem querer.
Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 29/05/2015
Reeditado em 29/05/2015
Código do texto: T5259616
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