Poeta bom, meu bem, é poeta morto! Zeca Baleiro.
Um dicionário em minha mente aparece
pra formar um verso inda que torto
ser poeta vivo, ah, não envaidece;
"Poeta bom, meu bem, é poeta morto"!
Não paro de buscar em minh'alma a torto
e a direito palavras, mas nem com prece
o poeta, estando vivo, acontece:
"Poeta bom, meu bem, é poeta morto"!
Mas sigo a navegar meu desidério
E, ouça: Poesia não tem critério,
vem de nascença no sangue do vivente.
Eu cumpro minha sina, vou tecendo
os versos, pois é deles que eu entendo...
Meu bem, depois de morto vou ser gente.
Josérobertodecastropalácio