Soneto da saudade

É da simplicidade que ausenta a minha alma

É do toque da palma, do olhar, do cheiro

Do jeito sereno de entregar-se por inteiro

Do colo materno onde encontro a minha calma

Das coisas confusas que a paixão suscita

Do calor do corpo, do molhar da boca

Das manhãs tardias e das noites loucas

Que o amante geme e o coração palpita

Já se faz lembranças dos dias vividos

Vive o meu amor, mata-te o teu

Sangra, chora e clama o poeta ferido

Passa-se os dias que não se viveu

Deito-me à dor que me acolheu

Dou-me aos retalhos do que tenho crido

Samuel Boss

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Samuel Boss
Enviado por Samuel Boss em 13/06/2007
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