Soneto da saudade
É da simplicidade que ausenta a minha alma
É do toque da palma, do olhar, do cheiro
Do jeito sereno de entregar-se por inteiro
Do colo materno onde encontro a minha calma
Das coisas confusas que a paixão suscita
Do calor do corpo, do molhar da boca
Das manhãs tardias e das noites loucas
Que o amante geme e o coração palpita
Já se faz lembranças dos dias vividos
Vive o meu amor, mata-te o teu
Sangra, chora e clama o poeta ferido
Passa-se os dias que não se viveu
Deito-me à dor que me acolheu
Dou-me aos retalhos do que tenho crido
Samuel Boss
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