Soneto libertário
Não cales minha boca, mesmo que com teus beijos,
Se teu propósito fôr o de reter meus pensamentos,
Deixa que eles fluam livres, por vezes sem pejo,
Que flutuem no vácuo e se percam no firmamento.
Não cinja minha garganta, mesmo que num abraço,
Se com isso pensas que assim conterás meu grito,
Deixa que ele ecoe, mesmo mudo, como ora o faço,
Que reverbere no éter e se extingua afinal no infinito.
Não retenha minhas mãos, pousando-as em teus seios,
E nem meus braços que se abrem como asas aos céus,
Não me contenha, não me detenha em meus anseios,
Deixa que me vá, em busca de meu próprio destino.
Permite que vague pelo mundo, vagabundo, ao léu,
E que o encontre afinal em teus braços, como menino.
Não cales minha boca, mesmo que com teus beijos,
Se teu propósito fôr o de reter meus pensamentos,
Deixa que eles fluam livres, por vezes sem pejo,
Que flutuem no vácuo e se percam no firmamento.
Não cinja minha garganta, mesmo que num abraço,
Se com isso pensas que assim conterás meu grito,
Deixa que ele ecoe, mesmo mudo, como ora o faço,
Que reverbere no éter e se extingua afinal no infinito.
Não retenha minhas mãos, pousando-as em teus seios,
E nem meus braços que se abrem como asas aos céus,
Não me contenha, não me detenha em meus anseios,
Deixa que me vá, em busca de meu próprio destino.
Permite que vague pelo mundo, vagabundo, ao léu,
E que o encontre afinal em teus braços, como menino.