ULTRARRELIGIOSO
ULTRARRELIGIOSO
“Havemos-de colher", argumenta o hino
Que ouço a plenos pulmões d’uma capela.
Ao passar pensativo e só por ela
Às sombras d’um ocaso vespertino.
Tenho ouvido cantar desde menino
Promessas e esperanças como aquela,
Atento a tudo quanto nos revela,
N’esse mundo dos homens, o divino.
O que me causa espécie, todavia,
É ver que todos nós, dia mais dia,
Veremos o que quer que haja a se ver.
Como, portanto, posso algo colher?
Sim, o que resta é tão-só amar os seus,
Quem viver e morrer pensando em Deus.
Betim - 19 01 2015