Mal de amor
Virgem de dor meu coração seguiu
Até que em mim, de forma repentina,
O amor surgiu, e o brilho da retina
Amorteceu e a paz subtraiu.
Hoje é langor a rosa vespertina
Cujo passado a solidez fingiu.
Quem me beijou, quem me constituiu
Conjuga o caos da minha estéril sina.
Quanta paixão eu enlutei apenas!
Rascunhador de solidão, dezenas
De solidões na vida rascunhei.
Porque nutri - e não há bem que cesse -
Um mal de amor; e porque muito cresce
Nem respirar sem fenecer eu sei.