Mal de amor

Virgem de dor meu coração seguiu

Até que em mim, de forma repentina,

O amor surgiu, e o brilho da retina

Amorteceu e a paz subtraiu.

Hoje é langor a rosa vespertina

Cujo passado a solidez fingiu.

Quem me beijou, quem me constituiu

Conjuga o caos da minha estéril sina.

Quanta paixão eu enlutei apenas!

Rascunhador de solidão, dezenas

De solidões na vida rascunhei.

Porque nutri - e não há bem que cesse -

Um mal de amor; e porque muito cresce

Nem respirar sem fenecer eu sei.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 24/05/2015
Reeditado em 04/01/2020
Código do texto: T5253227
Classificação de conteúdo: seguro