estigmas

quando findar o último fio negro

de cabelo que há nesta cabeça

e, enfim, chegar a mim, o sossego

da última sombra, a sombra mais espessa...

a grande sombra, a sombra da promessa

não mais existirá... por isso, chego

como algo que ALGUÉM vem e arremessa

e me destina a um outro aconchego.

e nas agruras todas desse universo

eu, "somente sou quando em verso"*

alguém consiga decifrar meus enigmas.

e traduza, eloquente, em certas loas

os mistérios oníricos, -coisas boas!-

e as dores, os descasos, os estigmas.

* verso de Thiago de Mello

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 24/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
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