Desconhecido
Este texto não é meu, não é mesmo!
Minhas linhas são deveras mais tortas,
Meus sobrados sem janelas, sem portas,
Não tenho compasso, escrevo a esmo.
Minha escrita é baldia, sem nexo,
Sem estilo e muito, muito imatura.
Sempre deixo a palavra na clausura
E não sei de amor, paixão ou de sexo.
Sei tão pouco, e este texto não, não é meu.
Talvez um poeta incompleto, inútil.
Quem sabe a palavra, por orbe fútil,
Tenha-o feito e escondido no ateneu.
Só escrevo quando a dor em mim adere.
E a palavra, sempre que aos outros fere.