Eu, passarinho
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Não falarei da mágoa que me agasta,
ou da tristeza, filha do desgosto,
de tudo que passei e, por suposto,
da solidão, que é tão profunda e vasta.
Nem falarei da dor que me vergasta,
que escava fundos vincos no meu rosto,
por tudo que o viver me tem imposto
jamais me tornaria iconoclasta.
Não deixo, não, a dor matar o sonho,
ou transmudar os versos que componho,
em pedras brutas, de vazios cheios.
Por que chorar tristeza, dor e mágoa,
manter os olhos baços, cheios d’água
se eu – passarinho – solto os meus gorjeios?
Brasília, 21 de Maio de 2015.
Versos alados, pg. 64
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Não falarei da mágoa que me agasta,
ou da tristeza, filha do desgosto,
de tudo que passei e, por suposto,
da solidão, que é tão profunda e vasta.
Nem falarei da dor que me vergasta,
que escava fundos vincos no meu rosto,
por tudo que o viver me tem imposto
jamais me tornaria iconoclasta.
Não deixo, não, a dor matar o sonho,
ou transmudar os versos que componho,
em pedras brutas, de vazios cheios.
Por que chorar tristeza, dor e mágoa,
manter os olhos baços, cheios d’água
se eu – passarinho – solto os meus gorjeios?
Brasília, 21 de Maio de 2015.
Versos alados, pg. 64