O mar que se interpõe à vida
À olho nu, só a superfície da verdade se ostenta
Há que imergir no mar que se interpõe a vida
Bem no cerne das correntezas que o destino alimenta
Atirando-se no curso das águas a clarificar uma saída
Inertes ficamos perante a temida imensidão aquosa
O tempo corre sem desvendar-se a verdade nos abissais
Abdicamos do teor de tal entidade quão misteriosa
Pelo menos nem os porquês exploramos nos mananciais
À margem estamos frente às contingências desse mar
Poucos mergulham seu ser nessa massa de fluxo natural
E nesse ínterim sequer desaguamos no rumo final
Em terra firme,vemos esse vulto aquático recrusceder
E o mar nos supera pela relutância em seguir sua liquidez
A gerar a catarse a livra-nos do complexo de pequenez