DIVA

A noite é fria, é mais rude o tormento

Na imensidão deste quarto sombrio

Algo me falta... Que dor, que vazio!

Minh'alma brada em plangente lamento

Abro a janela, as estrelas espio

Há tanto brilho, ali busco um alento

Sorrir-lhes quero... Esse atroz sofrimento

Não me permite, sufoca-me o brio

Da vividez de um cenário tão belo

Resistem traços sutis, pequeninos

Oh, solidão, desumano flagelo!

Que o romantismo doutrora reviva

E um dia desses nos cruze os destinos

Estou carente de ti, minha diva!