Soneto
Que loucura!... que sonho de ventura!
Naquela noite, ó! meu Deus! que sonho!
Que estremecera meu peito tristonho
Com visões de Divina Criatura.
Senti-me numa acrópole de Atenas;
Ao meu redor tudo morrer podia;
Era tão bela!... a tez alva e macia
No corpo meu premia em volúpias plenas.
No colo Dela, eu, venturoso e lépido,
Sentia o seio palpitar intrépido
Quando Ela, gentilmente, me afagava.
Reclinado à fronte cândida e pálida,
Ao bafejar de Sua boca cálida,
Os eflúvios do Amor eu respirava!